Eu não acreditava mais em segundo turno. Pra mim a fatura estava ganha por Dilma no primeiro turno, mas Marina surpreendeu na reta final e levou a decisão para frente. Não me agrada, nenhum pouco, o tom desta nova eleição. Como também não me agradou a disputa entre Beto Tricoli e Edmir Chedid em Atibaia; não esperava o baixo nível das duas campanhas. Fui Beto convicto e espero que ele possa resolver as questões jurídicas e poder representar nossa cidade na Assembleia, aliás o último atibaiano de nascimento que teve assento no legislativo paulista, foi Joviano Alvim na década de 1940, mas confesso que tom das duas campanhas não me agradou.
Voltando ao segundo turno, sou Serra, aliás, já votei nele no primeiro turno; por pouco não fui Marina, como foram a grande dos meus amigos, mas Serra, sem dúvida está hoje mais preparado para dirigir nosso País, embora Marina tenha me surpreendido positivamente nos debates e em algumas propostas.
Contudo, as discussões de propostas, projetos e debate sério dos dois candidatos está dando lugar a uma campanha suja, de troca de acusações de parte a parte. Vida pessoal sendo exposta sem nenhuma necessidade e questões religiosas dando o tom de uma disputa que começa a desagradar-me e a preocupar analistas políticos. Opção, sexual, religiosa e até convicções pessoais sobre temas que não passam pelo exercício da presidência, não deveriam ser explorados. Quando muito citados, apenas para conhecimento do eleitor, sem qualquer peso na decisão de seu voto. Explorar a questão do aborto, não me parece contribuir em absolutamente nada para decidirmos quem deverá nos governar. A forte presença da religião nas duas campanhas também em nada contribui para o fortalecimento da democracia. Se são católicos, evagélicos, budistas, espíritas, ateus, poetas, heteros, homos, brancos, pretos, corinthianos ou sãopaulinos como eu ou se são a favor ou contra o aborto não me importa, aliás nunca me importou. Quero e espero o aprofundamento de ideias, projetos e visões do Brasil e do mundo de cada um deles. Estou deveras decepcionado e preocupado. Será mesmo que acatar o adversário é melhor que discutir o País, seus problemas e as soluções propostas? Continuo acreditando convictamente que não. Claro que comparar biografias e vida pregressa dos postulantes a qualquer cargo público é essencial e importante, mas sempre no campo público. Saber o que fizeram, os cargos que exerceram, os projetos realizados é fundamental até, mas isto cabe ao eleitor fazer. Trocar apresentação de propostas e a discussão séria por agressões pessoais, só prejudica o processo democrático, por vezes tão frágil e rompido em nosso País. Quero mais das duas campanhas, especialmente do meu candidato. Quero mais da impresa brasileira. Quero mais...
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