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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A música em nossas vidas

Música é o som que marca nossas vidas
A face de nossas feridas
O sorriso dos dias alegres
Nossos lábios em movimentos

Música é nossa própria vida
cantada, tocada e tocante em nós
É nossa companheira na solidão ou
no meio da multidão

Ela nos remete ao ontem
Mas nos faz sonhar com o amanhã
Música entra pelos ouvidos
mas se aloja fundo no coração

Música é a trilha sonora da vida real
É o som que nos acompanha, nos embala
Música são pedaços de nossas vidas
cantadas e propagadas ao vento...

É o cobertor no relento
O afago dos dias frios
O calor dos dias de verão
Música é tudo isto, é mais que isso, música é.

Adriano Bedore


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Um sentido

Vivemos na eterna busca do sentido maior de nossas vidas
Vivemos buscando o sentido de nossa existência,
Para quê?

Há sentido? Há história a ser vivida?
Há sentido? Há um dia necessário?
Há sentido? Há despedidas? chegadas? Há?

Que sentido é preciso ter?
Que é preciso saber?
Que há para viver?

Não há sentidos. Não há o amanhã, sem o hoje
não há futuro sem passado, não há dia sem a noite
Sentido? para quê? se sentir é o que vale... sentir, apenas sentir.

Adriano Bedore

Amada amante

Amante que é amante vemos a noite;
Amante que é amante passa o mair tempo na cama;
Amante que é amante não nos deixa dormir.

Amada amante, querida companheira
das noites não dormidas, das
horas esticadas na madrugada a dentro.

Amante fiel, leal, companheira,
carinhosa, atenciosa, amante amiga
querida insônia das noites não dormidas...

Amo-te porque não amá-la é deitar com uma estranha
Amo-te porque és minha fiel companheira,
Amo-te porque divido meus momentos mais intimos,
minha cama, meus pensamentos, até quando
chega o sono e vais embora com beijo de despedida ...


terça-feira, 26 de outubro de 2010

O sol da minha serra

A dor de um amor
que se sabe acabou
É como a sensação
de calor diante do fogo que apagou

O vazio da saudade
de uma paixão que se esgotou
É como o perfume de
uma rosa que não desabrochou

O amargor dos dias
de uma história finda
É como a noite sem luar
Ou o céu sem mar

O amanhã está chegando,
o sol despontando atrás da
serra que me protege
Espero-te....

Adriano Bedore

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Raramente posto textos que não sejam da minha lavra, mas citar o grande poeta Carlos Drummond de Andrade é sempre bom

Se procurar bem você acaba encontrando.
Não a explicação (duvidosa) da vida,
Mas a poesia (inexplicável) da vida.


A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos,na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.


AUSÊNCIA

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor


Ao Amor Antigo
O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
a antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.

Memória

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.


Carlos Drummond de Andrade

sábado, 23 de outubro de 2010

Chuva e paixão



Olho para o céu da janela do meu escritório e vejo a
velha paisagem molhada com a chuva que cai e esparrama-se na avenida que já fora ferrovia um dia...

Milhares de gotas d'água despencam paralelas e uníssonas e
chegam transparentes até o solo ainda quente do sol que se foi a instantes.

Decididamente a chuva não combina com solidão,
combina com paixão, vinho e violão
combina com música, com beijo, com cama e muito tesão.

Chuva forte lava minh'alma
Leva-me embora contigo
Chuva fraca leve contigo minhas lágrimas e corre para o rio
lavando e renovando tudo...

Meia irmã, meia mãe



Brigamos tanto no mesmo tanto que nos amamos
Não conheci coração igual ao seu
Não conheci chatisse ser anulada por tanta meiguisse
e carihho sincero

Algumas poucas vezes disse que tem amo, pra variar, rsss
Mas se tivesse dito todos dos dias, ainda assim teria dito menos que
deveria

Tenho duas mães, um é você, minha irmã...
Tenho três irmãs, todas lindas, mas a mais preocupada e mãezona é você.
Tenho algumas dívidas mas é maior delas é com você.

Seja muito feliz Jana...
Me perdõe todas as vezes que não soube te entender, te amar.
Você, perto ou londe sempre estará nos nossos corações, especialmente no meu.

Jamais esquecerei do seu carinho nas horas que mais precisei.
Jamais esquecerei do seu olhar preocupado, por vezes exagerado
Jä sinto inveja e orgulho dos seus futuros filhos, meus irmãos-sobrinhos
Filhos de uma mãe que doa sem parir, que ama mesmo os chatos como eu....

Eu te amo Janaina. Chegou a hora de tu constituir sua família, sem deixar jamais de ser personagem importante da nossa.
Não se preocupe com a gente, pois as pessoas que amamos sempre estarão conosco por onde quer que vamos...

Quando fechar seus olhos elas aparecerão para você, e o que é melhor, sempre sóbrias, rssssss

Amo muito vc Jana, como também amo meu amigo, irmão e agora CUnhado dr tio Leo.

Beijos sejam MUITOOOOO FELIZESSSSSSSSSSS

Paciência




Palavrinha difícil essa. Talvez uma das mais difíceis de se entender no nosso vocábulo.
Dom? aprendizado? aquisição com o passar do tempo?
Herança hereditária ou coisa que o valha....
Paciência, arrasto do tempo, espera infinita, inquietação indesejada, hora do nada.

Tê-la é ruim não tê-la é ainda pior.
Buscá-la é um saco, desistir dela são dois.
Precisar dela é necessário pois a vida não
é como queremos e desejamos...

Paciência, se não a temos sofremos.
Se sofremos por não tê-la buscamo-la
Correr atrás dela é perdê-la no caminho
É tornar-se impaciente sem calma, tenso.

Esperar com calma as coisas que se busca é o grande caminho
Esperar sem calma é não ter caminho
Paciência, tenha paciência, fique sussegado, não fiques amargurado....
Expressões mais ouvidas quando temos pressa...

Não queremos remédios homeupáticos como a paciência
Quermos um comprimido ágil que nos traga o que buscamos, que esperamos
Mas só nos resta a paciência...
Paciência que por vezes não existe, não resiste.

Os minutos passam, passam-se as horas, os dias se arrastam
Ouvimos histórias, relembramos nossas memórias
Acordamos e dormimos esperando e a paciência vai embora
Opoem-se a ira e talvez por isto seja a mais difícil das sete virtudes

Paciência requer equilíbrio, saco bem cheio
Requer resiliência, requer espera tolerante
Virtude difícil, necessária, vital até
Paciência é paciência, minha amiga me compense tenho-te.

Adriano Bedore



quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Trem da vida

A primeira vez que ouvi alguém fazer uma analogia entre a vida e a viagem de trem acho que foi no enterro do saudoso Nelson Galvão de França, pai do meu amigo Nelsinho. Poucas analogias são tão precisas para definir a vida como essa que me refiro.
A vida é de fato uma viagem de trem....
Um dia, de uma estação qualquer, embarcamos no trem da vida, nos acomodamos numa poltrona, conhecemos outros passageiros do vagão escolhido e seguimos cada qual rumo ao seu destino.
O trem anda, anda, anda, a gente, se interage, faz amizade, amores, troca medos, desabores...
Uma hora alguém desce numa estação qualquer nos deixando saudades, outros sobem da mesma estação ou doutra nos trazendo novidades. Uns até antecipam nosso destino e descemos juntos outrou mudam o seu e continuam a viagem com gente.
Ora tem gente demais, ora de menos, ora muito ar, ora de menos, ora balança demais ou de menos e assim o trem anda, anda, anda...
A paisagem vai mudando como mudaria nos lugares que veríamos fora do trem. As vezes olhamos o verde dos campos, as vezes o azul do lago e mar, as vezes olhamos nada deixando simplesmente a vida passar pela janela, como simples passageiros.
Um dia chega nossa hora de descer, se despedir dos que continuarão a viagem...
A hora da despedida é triste, temdia, amarga, chorada. Como é doida a dor da despedida, doe funda, as vezes pra sempre.
Chegadas e partidas resumem a viagem de trem, resume a vida dos ficam e dos que descem; a vida dos passageiros deste maluco trem que é a vida.
Do lado de fora do trem, dia mais dia, numa estação qualquer entramos novamente no trem da vida, por vezes reencontramos antigos companheiros de viagem, amigos, desafetos e amores, nossa, como é bom revê-los no trem ....
Descer e subir nos vagoões são as escolhas que fazemos em nossas vidas. As pessoas que entram e saem, são exatemante as que passam por nossas vidas, algumas convivem conosco por uma única estação, outras pela viagem inteira, outras separam da gente e de repente retornaram pra sempre.... Outras marcam tanto que uma única estação será tempo suficiente para nunca esquecê-las ....
Na verdade as chegadas e partidas não têm a mesma importância que a viagem vivida, que as horas tidas ao lado das quais quis o destino que dividissem, a poltrona ou o vagão com a gente. Isto é a vida.
Saber que viveremos vendo amigos e amores subirem e descerem o trem da vida, como nós mesmos assim faremos é ter a plena consciência que as pessoas passarão em nossas vidas e nós nas delas, mas que o convivio e os sentimentos verdadeiros mantidos dentro do trem nos unirá pra sempre através do forte trilho por onde o trem da vida passa e jamais separará àqueles que viveram juntos a viagem da vida....
Um dia o trem parará por várias estações e não mais veremos subir quem esperamos e da mesma forma, muitos, das estaçõs ou de dentro do trem também nos esperarão entrar ou sair, mas nunca mais nos verão; acabando assim a viagem do trem da vida.....

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Os ciclos da vida



Engraçado como o fim de um ciclo e início de outro tem algumas fases clássicas.
Primeiro alguma grande perda ou profunda mudança.
Segundo forte período de apuração interna, acompanha quase sempre de dor, muita dor.
Terceiro vem a fase dos questionamentos quase sempre, inúteis, afinal, nem tudo ou quase tudo não tem explicação. Tem?!
Quarto quase sempre passa-se no quarto, rssss, Puta período difícil, por vezes enloquecedor. A cama inevitavelmente torna-se nossa melhor companhia e com ela travamos os papos mais intensos.
Quinto é estranho, tacanho, tosco, bobo, insano, tirano, lamentável.
Sexto, bom aí vem a procura de alternativas, já que as explicações não foram encontradas, mesmo depois de dias, semanas, as vezes meses...
Sétimo vem os amigos, parentes, bem esses, só os que também são amigos e tudo começa a ter sentido e razão e aí então começa o amadurecimento, o crescimento e a mudança começa.
Oitavo é muito relativo, as vezes vem junto a muito abrigo, as vezes com muita badalação e no final só o equilíbrio nos faz passar desta fase.
Nono é aquela que mais lembramos das nossas nonnas, rsss Lembramos das velhas frases que nessas horas sempre encaixam como uma luva em dia de festa junina.
Décimo; bem, aí chegou a hora... Ou concluímos que um ciclo fechou-se e começamos outro, quase sempre melhor que o anterior, ou voltamos na primeira fase a lembrar-se, chorar-se pelo fim do ciclo anterior...
A vida é feita de constantes e lindos ciclos... Começar e terminar é sempre desconfortável, mas totalmente necessário.
Tudo tem um tempo: a vida, o amor, o sofrimento, a felicidade, a mentira, a verdade, a maldade, até a bondade acada um dia....
Nada é para sempre e sempre esquecemos desta elemetal lição que por vezes só um chacoalhão de um amigo nos faz lembrar. Como são importantes os amigos no final de um ciclo e início doutro.
Sei que umm ciclo muito importante na minha vida está acabando, fechando-se a cada dia a cada respiro...
Ciclo velho são os mais difíceis de fechar, pois mesmo sabendo que acabou, lutamos para querer viver nele, as vezes lutamos muito e demoramos para tirar o luto do fim do defunto ciclo. As vezes, é confortável viver nele, apegar-se a ele, chorar-se nele e dele.
Mas tem horas que o luto vai embora, nos deixa falando sozinho, nus, sem o preto e ai então ACABA definitivamente o ciclo.
Inevitavelmente matamos o ciclo findo e um dia lindo começa a brilhar. Voltam as cores, o horizonte, os amores, o canto reaparece e nos embala.
É o começo de mais um ciclo, ainda desconhecido mas esperado, nem sempre desejado.
A vida novamente se renova, as flores reaparecem, como reaparece o sorriso sincero trocado pelo amarelo que ficou para trás...
Em homenagem ao ciclo que se fecha e ao outro que se abre comemore, dance, grite, faça uma tatuagem, faça o que nunca fez ao menos uma vez por mês...
Não lamente-se pelo que ficou para trás, mas viva melhor o que está para chegar. Sorria, pois no fundo, o ciclo é um circulo e tudo estará sempre ligado, conectado, linkado. Como disse Cartola: " ... a vida é um moinho..."
Nunca mais serei o mesmo e o melhor de mim sempre estará comigo e morrerá comigo no fim do último dos ciclos...

Adriano Bedore

domingo, 17 de outubro de 2010

Sem controle

Quando queremos muito, afastamos incoscientemente o nosso querer....
Quando tranquilizamos nossa alma o querer bate na porta, nos diz oi, olha em nossos olhos, nos encanta.
Quando damos conta, o canto chega, nos ensina, nos fascina e quando percebemos, somos parte da canção de alma e coração....
Chega de mansinho, vai tomando nossa alma, invade nossa vida e acaba com a razão...
Pronto, estamos mais uma vez, ou pela primeira vez reféns de um desejo implacável, assustado sem reação que não seja a total vontade de se entregar e viver o desconhecido e temido descontrole de nossos sentimentos...


Adriano Bedore

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Caminhar

Caminho passo a passo rumo ao futuro, não previsto antes, não desejado até. Caminho com passos firmes, decididos, queridos rumo ao amanhã...
As vezes páro, querendo ou não páro. Uma poça d'água, uma pedra, uma bifurcação, um e.mail uma ligação... Ai páro, respiro, busco ar, busco força, amigos e sigo... Difícil caminhar para o novo, difícil caminhar as vezes querendo ficar dentro da poça vendo meu rosto refletir-se nela; difícil caminhar quando o que se quer é sentar na pedra e chorar; difícil é tomar uma cerveja no meio da bifurcação sem saber para qual via se quer seguir; difícil andar quando se envia ou se recebe um e.mail, uma ligação ...
Caminhar definitivamente não é fácil, é preciso, necessário por vezes, mas quando damos os primeiros e mais difíceis passos e olhamos o pouco que deixamos para trás, vem a certeza que caminhar não é só preciso, mas é o sentido maior da vida. Caminha quem vive, pois a vida exige mudanças, andanças... Anda quem não desistiu, não se entregou, não amou. Depois que se ama, caminhar é o único caminho, o caminho do amor....



Um das músicas mais lindas que eu conheço....

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O tempo e o vento dentro da matriz


Fazia tempo que não ia ler no largo da matriz
Fazia tempo que não entrava naquele monumento de história e fé
Fazia tempo que não rezava, mesmo que no silêncio
Fazia tempo que o tempo não era visto pelo relógio da matriz

Vazia, sem uma alma viva só enxerguei toda sua beleza
Vazia, com pouca luz enxerguei a imagem de Jesus batizado
Vazia, minha vista escurecia e minh´alma enchia de paz sem fim
Vazia, sentei-me no santíssimo e num ato de fé ajoelhei-me.

Ouvia sem medo o lamento dos que estiveram ali sepultados
Ouvia com respeito o murmurio dos enterrados debaixo do piso surrado
Ouvia os fantansas e com pouco de imaginação via seus osos dentro das paredes
Ouvia os cantigos, as ladaihas e até a homilia dos padres maçons

Pensei, quanto de mim residia ali, quanto de Atibaia só tinha ali
Quanto de história viva passava por ali aos olhos dos mais atentos
Resolvi sair. Os personagens se multiplicavam na minha frente e eu em silêncio
Resolvi voltar ali com tempo e ouvi-los falar de mim talvez de outro tempo
Ou somente ouvir o vento que assobra há tempos só dentro da matriz.

sábado, 9 de outubro de 2010

Balada

Fila interminável, carros passam, passo a passo seguimos
O som tímido convida e a fila anda devagar
A porta aparece, a balada cresce
Ninguém conhecido, assim aumenta o libido

Entramos, e o balcäo surge na frente
Tequila, cerveja, água, cachaça
Tudo e nada
Encostar e pedir é a primeira parada

O som toma conta
O corpo responde
Começa a balada
O passo de espera transforma-se em graça

Um entre dez tem cara conhecida
Mas a bebida é ainda contida
O balanço é ainda tímido
Passo a passo o balcão fica longe

Aumentam-se as luzes e o palco vazio
Da ao dj o grande desafio da agitar a galera
A dança vai surgindo, mexe, aparece
Mas é com vazio do palco que me identifico e fico

De tempo em tempo o balcão reaparece
O som aumenta a saudade também
A luz fica mais clara a noite acaba
Mais uma balada dançada e mais nada....

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O encontro do tempo

Nunca superei o chuveiro como aquele dia.
Passado, presente e futuro eram um único tempo.
Tive medo, pensei em correr;
Tive coragem, pensei em ser;
Tive vontade, pensei em fazer.

Sorri querendo chorar;
Chorei muito querendo sorrir.
Os tempos eram tão presentes que não sabia mais o que tinha passado,
O que estava passando e o que pretendia passar.
Fragilizado no chão fui logo resgatado por abraço que esquentou minh'alma e levantou-me do piso gélido.

Já não sabia distinguir o que tinha vivido, do que vivia e do que queria viver.
O dia acabava e um encontro fez-me separar o tempo, deixando o passado com as recordações, o presente com as realizaçoes e o futuro, bem, este, ficou para o próximo dia, afinal ele é sempre resultado dos dois primeiros...

Dia difícil... sem vcs o fardo seria muito maior. Amo vcs!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

As flores que não vejo mais

Num instante olhei para as árvores que dividem a avenidade São João. É primavera todas elas mais belas... Percebi o que também estava dividido, porém mais belo estava meu coração.
Resolvi descer entre elas e os recepientes de lixo, ai percebi que também tinha relação entre mim e eles. Vejo-me belo, vejo-me horrível. Tenho vontade de fundir-me as flores tão inocentes que ao toque do vento caem lenta e suavemente ao solo, ai olho o recepiente de lixo e me vejo dentro dele como tudo que não tem mais utilidade e que não serve para mais ninguém. Cheguei ao final do canteiro e olhei para árvores, mas não mais as vi, só restaram as lixeiras....

Adriano Bedore

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Chove lá fora, chora-se aqui dentro

Um vento forte sobrova na minha janela, prenúncio que lágrimas estavam por vir. De repente trovões rompem o silêncio do inicío da noite e ouço as lágrimas do céu baterem na eira da janela.
Chegava a chuva, milhões de gotas d'água vindas de longe modificando-se assim que toca em qualquer superfície. Algumas nos telhados das casas, outras diretas no grande tapete asfáltico, outras nos jardins, outras nos corpos dos menos avisados e supreendidos por ela...
Poucas coisas combinam mais com chuva que dormir, um bom vinho, um bom filme e uma boa companhia.
Claro que a companhia desejada combina com qualquer tempo, mas com a chuva, ah, com ela, o tempo passa lento, o beijo mais demorado e a libido mais aguçada.
Na ausência de uma companhia desejada, a chuva é cruel. Cada gota caída é sentida como um féu. Cada lágrima caída do céu faz peso nos olhos que logo por solidaridade também caem, mas estas do rosto de quem esperava a chuva, talvez para junto com ela chorar.... A chuva de fora limpa e refresca o tempo, a de dentro traz lembranças e aperta o peito.
Nom fim ambas lágrimas, trazem benefícios aos tocados por ela... afinal o choro do céu e o da solidão servem para prepar a terra e no coração para novos frutos e noos amores.
Chove chuva, chove sem parar, regue a terra e nosso coração fazendo brotar novas flores e novos amores.



Adriano Bedore

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Eu, parte de tudo

Debaixo de uma frontosa árvore vistosa
sob o ardente sol da minha serra
deitei-me cansado... suado.

Era meio da tarde, hora que o sol atrevido
e forte invade o quieto coração
deixando-0 ardente e cedente .

Era meio da mata onde o barulho
da cascata soava como uma canção
latente que invade a mente da gente.

Debaixo de mim, aquele solo vivo
respirando, pulsando aquecendo ainda
mais meu inerte e desprotegido corpo.

Por alguns instantes, mágicos instantes,
não pude separar-me daquele lúdico
e simples cenário.

Mesmo que eu não quisesse era parte da mata,
da terra, daquela árvore, da serra, do som d'água.
Eu era tudo aquilo e tudo aquilo era eu...

Me leve com você

Acordei todo saudosista hoje
mas com saudades do que ainda não vivi
Saudades do que há por vir
Nos passos da espera de um novo porvir.

Adormeci com saudades
Sonhei com necessidade
Necessidade de deixar de sonhar
Acordei, deixei o sol entrar.

Invadiu todo meu quarto
Iluminou meus sonhos
Deixou-me tristonho
Definitivamente acordei

Levantei, me olhei
Fechei rapidamente os olhos
E ai pude enxergar o amanhã
Na minha porta. Deixei-o entrar.

Bem-vindo esperava você
Precisava de você
Me acorde todos os dias
E me leve com você, estou pronto.

Adriano Bedore

domingo, 12 de setembro de 2010

Retorno, difícil retorno

Voltar. Retornar, tornar a ver, rever... Voltei.
Passaram-se cerca de cem dias, cem noites, mais noites que dias da última postagem. Quase um terço do ano. Nossa como esse tempo corre. Nem tinha me ligado... Fiz este blog para postar minhas mal escritas linhas e fiquei sem com 's' e 'c' sem escrever nada. Voltei...
Cá estou de volta neste cantinho de anotações, borrões, esbarrões entre mim e meus desvaneios.
Voltar é sempre difícil... Voltar para casa depois de uma noite na farra, de fogo... Voltar para academia; voltar a sorrir; dormir sem uma porra de um comprimido. Voltar a escrever neste blog. Retornar é sempre complicado.
Pensa comigo! As vezes não queremos voltar não é?!. Queremos ir adiante, mais longe, bem longe. Mas voltamos, retornamos. Acho até que mais voltamos que seguimos em frente. Acho que voltar é encontra-se com a gente mesmo, com nossa realidade, nossos medos, limitações, sentimentos mais verdadeiros. Voltar é reencontrar consigo mesmo.
No fundo só retornamos porque retornar é estar onde queremos estar. Se voltamos é porque ausência só serviu para alimentar a volta....
Não tem jeito, as vezes a chuva atrasa nossa volta; o trânsito intenso; o sol forte; novos amigos; novos amores; desafetos; desafios.... mas no final voltamos. Não queria escrever hoje, voltar para o blog hoje, mas: Voltei
Dizemos mais: voltei que cheguei... dizemos mais: gostei de ir, mas retornar é melhor.
Quantos vezes vamos e voltamos? nossa muitas.... Se é bom? sei lá. Só sei que o gosto da volta é melhor que o da partida.
Voltei....