segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Chove lá fora, chora-se aqui dentro

Um vento forte sobrova na minha janela, prenúncio que lágrimas estavam por vir. De repente trovões rompem o silêncio do inicío da noite e ouço as lágrimas do céu baterem na eira da janela.
Chegava a chuva, milhões de gotas d'água vindas de longe modificando-se assim que toca em qualquer superfície. Algumas nos telhados das casas, outras diretas no grande tapete asfáltico, outras nos jardins, outras nos corpos dos menos avisados e supreendidos por ela...
Poucas coisas combinam mais com chuva que dormir, um bom vinho, um bom filme e uma boa companhia.
Claro que a companhia desejada combina com qualquer tempo, mas com a chuva, ah, com ela, o tempo passa lento, o beijo mais demorado e a libido mais aguçada.
Na ausência de uma companhia desejada, a chuva é cruel. Cada gota caída é sentida como um féu. Cada lágrima caída do céu faz peso nos olhos que logo por solidaridade também caem, mas estas do rosto de quem esperava a chuva, talvez para junto com ela chorar.... A chuva de fora limpa e refresca o tempo, a de dentro traz lembranças e aperta o peito.
Nom fim ambas lágrimas, trazem benefícios aos tocados por ela... afinal o choro do céu e o da solidão servem para prepar a terra e no coração para novos frutos e noos amores.
Chove chuva, chove sem parar, regue a terra e nosso coração fazendo brotar novas flores e novos amores.



Adriano Bedore

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