domingo, 6 de fevereiro de 2011

O tempo mudou

Uma das coisa que, mais uma vez, me chamou atenção nas minhas andanças pela Europa é o considerável aumento da longevidade. Na Itália na última década quadriplicou o número de pessoas que atigiram os cem anos. O mesmo País fica cada vez mais velho, posto que o índice de natalidade é baixíssimo e o da longevidade cada vez maior. Na Espanha a discussão era o aumento da contribuição social para, se eu não me engano, 67 para aposentadoria e ou 37,5 de contribuição, tudo resultado do aumento de vida e a diminuição das pessoas em idade de produção.
O aumento da longevidade e a diminuição das taxas de natalidade, não é só um fenômeno europeu sendo também percebida noutros Países desenvolvidos e em desenvolvimento como o nosso.
Não estamos vivendo mais somente porque demoramos mais para morrer. Estamos vivendo mais porque estamos amadurecendo antes também.
No meu retorno ao Brasil, viajei ao lado de uma menina de dez anos totalmente madura para idade. Hoje as crianças tornam-se adolescentes mais cedo e, portanto, permanecem na fase jovem mais tempo.
De outra banda as pessoas estão demorando muito mais para envelhecer. Estamos chegando aos trinta com cara e cabeça de vinte; chegamos aos quarenta com cara e cabeça de trinta e assim sucessivamente. Recentemente conheci uma mulher com 61 anos que, juro, não dava mais que quarenta.
Além de viver mais, estamos vivendo melhor a fase jovem e adulta, bem como, a melhor idade ou velhice. Estamos adiando não só a morte mas estamos antecipando a adolescência e juventude e adiando também a chegada da conhecida meia idade, tanto nos hábitos quanto na aparência.
Hoje as avós e avôs não têm mais a cara dos avós de cinquenta anos atrás. Já é possível encontrarmos avós nos sites de relacionamentos de seus netos e quando muito frequentando a mesma balada, barzinho, cinema, etc....
Não raro encontramos pessoas com quarenta, cinquenta interagindo sem nenhuma barreira com pessoas de vinte e trinta.
Lembro que se dizia: Passados os 18 anos tudo se igualava até as pessoas de aproximadamente trinta, mas hoje essa faixa limite aumentou-se consideravelmente e eu diria que chegando aos 18 tudo se iguala até os cinquenta, rssssss
Temos uma nova realidade, novos conceitos, novas figuras de pais, avós, bisavós.
Muito terá que ser repensado e refeito a fim de que possamos entender os novos tempos, especialmente as novas idades.
Acredito que o tempo 'útil' para o trabalho deverá sofrer urgentemente uma mudança atrasando-se o ingresso, dando mais tempo para o estudo e o preparo das pessoas e esticando-se a idade para a permanência no mercado de trabalho, posto que cada vez vivemos mais e temos menos filhos.
Portanto, na minha ótica, polêmica como sempre, é preciso entrar mais tarde no mercado de trabalho aumentando-se o tempo de estudo, hoje tão insuficiente e precário e esticando-se a idade para se aposentar, afinal, não raro encontramos pessoas com mais de oitenta totalmente capazes e felizes mantendo-se útil.
Exemplos: O atual papa foi eleito com oitenta anos e em plena atividade eclesiástica e ao que tudo indica terá muitos anos a frente da igreja que comanda. O presidente do Senado da república tem mais de 80 anos e acaba de ser reeleito pela quarta vez presidente daquela casa de leis. Fico nos dois exemplos para mostrar que a idade útil para o trabalho deve ser revista, afinal não queremos nossos velhos, nem nossa velhice entregue aos jogos das praças públicas e ou dos grupos de terceira idade, cada vez maiores por todo mundo. Os novos avós viajam, namoram, bebem cerveja nos bares e daí por diante.
Estar atentos para as mudanças e prepararmos o mundo que vivemos para elas nos trará menos problemas e dissabores. O tempo mudou, mudemos....

Um comentário:

  1. No auge da minha juventude concordo em gênero e numero grau, que a velhice esta no espírito e ñ mais na idade, somos seres de constante mutação e adaptação dentro desse conceito devemos ter o tempo como aliado e não mais trata-lo como o algoz da vez. Dentro do mesmo conceito não podemos deixar que o tempo dite a qualidade de sermos útil e sim reger ao tempo que podemos ser úteis em qualquer momento.

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