segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Amigos ausentes



Lutando contra a insonia, velha amante, lembrei-me com carinho dos amigos que já se foram... Difícil lembrar de todos, mas alguns jamais esquecemos, jamais. Nunca esquecerei daquele sábado de carnaval de 1991. Dormimos todos juntos na casa dos Charbeis. Minutos depois do Alexandre "Tatu" ir para sua casa, naquela manhâ de domingo de carnaval eis que a morte não o permitiu chegar e agarrando-o numa curva que nunca mais foi a mesma para nós. Acho que foi o primeiro amigo próximo que perdi. Depois, nao necessariamente na ordem da partida, foram Seu Mauro, grande conselheiro, Arthur Del Ry e Claudo Boscolo, irmãos de loja e grandes companheiros. Jacob Bickirman que deixou uma grande lacuna... mudando antes e depois de sua passagem minhas quintas-feiras e minha vida para sempre. O Rodrigo com seu pai terminaram sua passagem na rodovia D.Pedro I, colega de sorriso permanente e vida curta pré anunciada. Anselmo viveu tao intensamente e morreu tão imbecilmente que ainda hoje tenho a impressão de encontrá-lo numa balada tomando seu whisky e sonhando acordado o sonho que o levou. Marcos Baria, meu primeiro e único sócio, deixou muita saudade, serei-lhe eternamente grato. Denise Silva Pinto e seu querido Noite Ilustrada, grande sambista, também já nos deixaram. Tantos passam por nossas vidas e viajam sem volta fora do combinado, como diz Rolando Boldrin e nos deixam saudades... A Glenda, a menina que mais tempo namorei também se foi. Quantos outros menos amigos e colegas já se foram, alguns descubro nas minhas andancas pelas ruas do cemiterio municipal, outros nem sabemos o destino tomado, se vivos ou mortos. Muitos avós, parentes e pais de amigos também já se foram, com destaque ao dr Nelson Galvão de França e ao seu Epitácio, entre tantos outros parentes de amigos que acabaram sendo também nossos amigos. Outros, embora vivos, por questões diversas, morreram para nós... Nossa ai, as vezes, a dor da saudade parece ser maior. Pessoas que foram muito próximas, íntimas, e hoje nem mesmo um túmulo para chorar sua ausência temos, como se fosse preciso um para chorar a ausencia daqueles amigos ausentes que a vida nos separou momentaneamente, asssim espero. Esses que ainda vivos morreram para nós, nos trazem uma dor diferente, decorrente de uma ausência as vezes incompreendida não querida, e o que é pior, possível de ser corrigida, mas que quase sempre nunca é, como se enterrassemos alguém muito antes de seu fim na terra. Enterro sem vela, sem cortejo e sem lamentos.... Como querer separar-se em vida de quem um dia amamos tanto, e as vezes ainda amamos.... Como somos idiotas e como é incompreendida tantas ausências em nossas vidas. Saudade de tanta gente que se foi para nao mais voltar e outras que ainda espero reencontrar nesta vida. Saudades, quantas saudades dos amigos ausentes, mas eternamente presentes em nós.

Texto inacabado e elaborado com teclado desfigurado

Adriano Bedore

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